Telereabilitação com Realidade Aumentada Pós-Reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA)
- 10/11/2025
- Publicado por: carolinamcarmo@gmail.com
- Categoria: Gestão da Assistência ao Paciente
Evidências, Metodologia e Aplicações Práticas para Fisioterapeutas e Gestores
Introdução
A reabilitação após reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA) é um processo desafiador que exige adesão, supervisão e progressão adequada dos exercícios.
O avanço das tecnologias digitais trouxe novas formas de acompanhamento, como a telereabilitação e o uso de realidade aumentada (RA), que permitem feedback em tempo real e maior engajamento do paciente.
O estudo de Lim JY et al. (2024), publicado no Orthopaedic Journal of Sports Medicine, comparou os efeitos da telereabilitação com RA com um programa tradicional domiciliar de exercícios.
Metodologia do Estudo
O ensaio clínico randomizado envolveu 56 pacientes após reconstrução do LCA, divididos em dois grupos:
- Grupo Telereabilitação com Realidade Aumentada (RA): utilizou um sistema digital com sensores de movimento e feedback em tempo real.
- Grupo Tradicional: seguiu orientações por meio de folhetos impressos de exercícios.
O acompanhamento durou 12 semanas, com avaliações nas semanas 6, 12 e 24.
O sistema de RA permitia aos pacientes visualizar os movimentos corretos na tela e receber feedback instantâneo, enquanto o fisioterapeuta monitorava o progresso remotamente.
Desfechos avaliados:
- Função do joelho (IKDC)
- Força do quadríceps e isquiotibiais
- Amplitude de movimento (ADM)
- Dor (escala visual analógica)
- Teste de salto unipodal
- Satisfação e adesão do paciente
Principais Resultados
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Desfecho |
Resultado Principal |
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Função do joelho (IKDC) |
Ambos os grupos melhoraram significativamente; sem diferença entre RA e tradicional |
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Força do quadríceps |
Maior ganho no grupo RA nas semanas 6, 12 e 24 |
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Força dos isquiotibiais |
Melhora semelhante entre os grupos |
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Dor |
Redução significativa em ambos, sem diferença entre modalidades |
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Amplitude de movimento |
Melhora em ambos os grupos, sem diferença significativa |
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Salto unipodal |
Sem diferença significativa entre os grupos |
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Satisfação do paciente |
Alta em ambos os grupos, ligeiramente maior no grupo RA |
Interpretação e Aplicações Práticas
A telereabilitação com RA apresentou resultados semelhantes à reabilitação tradicional para a maioria dos desfechos, com vantagem adicional na força do quadríceps e satisfação do paciente.
Esses achados reforçam que o uso de tecnologias digitais pode ser uma alternativa eficaz e segura, especialmente para pacientes com dificuldades de acesso ao atendimento presencial.
Na prática clínica:
O fisioterapeuta pode usar ferramentas digitais para oferecer orientações individualizadas, registrar a execução dos exercícios e ajustar o plano conforme o progresso do paciente.
Na gestão:
A incorporação da telereabilitação pode aumentar a eficiência operacional, reduzir faltas e ampliar o alcance dos serviços de fisioterapia — integrando inovação tecnológica e gestão de resultados.
Como Replicar a Boa Prática
- Adote plataformas de telereabilitação com sensores ou RA que forneçam feedback visual.
- Estruture protocolos de exercícios com metas semanais e progressão gradual.
- Monitore força, dor e função nas semanas 6, 12 e 24, conforme o modelo do estudo.
- Realize reuniões virtuais periódicas para reforçar orientações e revisar o desempenho.
- Registre adesão e satisfação para avaliar a qualidade do serviço e aprimorar o protocolo.
Conclusão
A telereabilitação com realidade aumentada é uma inovação promissora que combina acessibilidade, personalização e evidência científica.
O estudo demonstra que, quando bem estruturada, essa estratégia pode gerar resultados comparáveis ao tratamento presencial, otimizando o cuidado clínico e a gestão dos recursos em saúde.
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